Enfim, reservamos hotel, pegamos mapas, calculamos horários, dinheiro, rota, trajetória... E nada saiu como tínhamos planejado.
Chegamos na madrugada de sábado em Mariana, nosso objetivo de viagem era: beber, sair com quantos achássemos necessário para nos divertir, conhecer lugares e se aventurar, afinal tínhamos que ter história pra contar.
Nesta mesma madrugada pegamos um TX, (taxi) que nos deixou no hotel pela bagatela de 5 reais. Estranho, mas fomos assim mesmo. O dono do hotel coitado, estava com a cara toda amassada, por nos esperar dormindo na recepção que deu pena reclamar com ele de alguma coisa naquele dia. Exaustas, dormimos e acordamos super cedo para aproveitar o dia.
Vamos para Ouro Preto, e vamos de trem né, Bianca?? Sim, sim, claro! (nossa, nunca andei de trem) 1h de viagem depois Bianca diz: "Eu nunca andei de trem, e e nem imaginei que faria isso com o risco DELE CAIR NAQUELE PENHASCO"... Ilário, mas nossa melhor aventura ainda estava por vir. Enfrentar, desvendar a cidade, sem saber pore onde começar... FOI PUNK...
Chegamos a diversos lugares históricos e todos estavam fechado... Obvio para quem não sabe, todos os museus e coisas HISTÓRICAS são fechadas as segundas feiras para manutenção, só nós não sabíamos disso.
Fomos ao centro de informações, tristes, afinal de contas não poderíamos fazer nada do que tínhamos planejado... E ai tivemos a informação que por ser véspera de feriado, os locais abririam depois do 12h.... Aleluiaaaa.... Pegamos um mapa e começamos pelos lugares que estavam para apreciação e nos deparamos com a cultura mais linda vista por meus olhos e coração até hoje.
Eu pisei em cima de 96 túmulos, Eu vi cadeados, correntes, pelourinhos onde castigavam os negros e não era réplica. Se fizessem um estudo de materiais ali, encontraríamos sangue... Sangue inocente... De uma raça, que por outra, achar-se melhor do que as outras, se achou no direito de escravizar...
Visitamos igrejas que por mais que parecessem ser iguais não eram. As diferenças eram nítidas quanto histórica. No inicio não entendíamos poque tanta igreja uma a metros da outra e assim por diante... E uma única na cidade, muito distante... que não conseguimos visitar nas duas cidades que visitamos. Ao longo do dia, começamos a entender o povo mineiro, e isso ocorreu depois de visitarmos o museu da inconfidência. Agora entendíamos poque aquele sorriso aberto sempre nos rostos daquela cidade. Eles se sentiam os inconfidentes, que lutaram, que sofreram mas que conseguiram se livrar das garras da coroa portuguesa. Eles tem orgulho do que tem... Você não encontra um lixo no chão e os moradores reclamam se você joga algo hein? Eu não joguei gente, mas vi a reação de alguns. Pichação? Em minas? O que é isso? nenhuma em lugar algum.
Andamos muito, subimos e descemos morros, entramos em minas de ouro a pé, de carinhos, quase nos sentimos um chilenos a 351m abaixo da terra. Mas, valeu a pena... Encontramos ouro por incrível que pareça era difícil ficar rico naquela época, o trabalho que eles tinham, NOSSA!
Descobríamos que as diversas igrejas existiam, pela divisão de classe. A nobreza nas igrejas que ficavam no meio, a esquerda donos de minas e mercadores, a direita os mascates, e muito distante mesmo, a igreja de Santa Edwiges, onde somente os negros podiam frequentar... Nossa, quando descobrimos isso ficamos ansiando, desejando, em ir lá para ver se era diferente, queríamos sentir aquela energia... Mas não havia mas tempo e nos ficou faltando algo... Ir conhecer a igreja que SÓ os negros frequentavam. Que era de difícil acesso mas parecia a meus olhos a mais bonita. E ficou o sentimento de que realmente nossos 510 anos de Brasil nos deixou muito mais do que corrupção, roubo e lutas... Nos deixou forças para continuar a lutar e sermos uma paz de tranquilidade como é aquela cidade que lutou pelo direito de ser livre....
Que tenhamos nossa luta..
"Liberdade antes que tardia..."
See you later...
Juh
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